quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A brilhante forma de viver

- Papa era... muito parecido comigo? Na aparência, quero dizer - perguntei a tia Clare. Eu sabia a resposta, claro que sabia, mas precisava muito escutar isso de outra pessoa que não fosse Mama.
- Ah, você se parece muito com ele - disse tia Clare - Esse nariz comprido maravilhoso e essas sardas delicadas! Eu soube na mesma hora, no exato momento em que coloquei os olhos em você, se lembra?
- Você o achava bonito? - perguntou-lhe Charlotte.
Tia Clare fez uma pausa antes de responder.
- Não diria que ele tinha uma beleza comum - admitiu ela - Ele era raro demais para isso, uma aparência pouco comum com aquele colorido estranho e aqueles cílios longos. Puxa, Charlotte - continuou ela, sendo ela mesma de novo -, quem se apaixona por alguém bonito? Os bonitos são muito chatos.
[...]
- Você quer dizer que ele era engraçado? Mama costuma dizer que nunca conseguia ficar séria por mais que cinco minutos quando Papa estava vivo. Ela diz que ele a fazia rir mais do que qualquer outra pessoa no mundo.
- Ele gostava das palavras... da forma como podia distorcer seus significados para me fazer rir. Ele tinha uma leveza. É a única palavra que consigo encontrar para descrever. Você também tem isso.
- Como assim?
Tia Clare estendeu a mão em direção ao meu brandy.
- Ele me surpreendia por saber viver tão bem, que é o maior dom que alguém pode ter. Em talento para a vida.
- Quer dizer que ele parecia muito feliz?
- Não apenas feliz - disse tia Clare - Nada tão direto assim.
- O que quer dizer então?
- Ele se sentia à vontade consigo mesmo, ele estava em casa em sua própria pele. Lembro-me de ver a garçonete se animar quando ele perguntou onde ela tinha comprado seus sapatos.
- Então ele era charmoso?
- Mais que isso, também. Não era o fato de ele ser bonito, mas de ele fazer as pessoas se sentirem como se estivessem no lugar certo, na hora certa, quando estavam com ele. Mas acho que ele não tinha consciência disso. Era instintivo, sua brilhante forma de viver.

Trecho do livro A Arte Perdida de Guardar Segredos


domingo, 13 de dezembro de 2009

breve #5

'Ao cair do sono, na hora que chega, tento me dispersar das atividades do dia, e me distrair para ocupar de cansaço o espaço que a pessoa que gostaria que estivesse comigo deixa pra trás em sua ausência. '
Li em um comentário de blog. Achei bonito e precisei compartilhar. :) Quem souber o autor, por favor, me avise.

breve #4

Ela era uma boba por valorizar as pequenas coisas, os pequenos atos, os pequenos feitos.
Ando me expondo demais. Esse blog está sendo visitado demais para eu continuar a escrever tudo o que eu gostaria de escrever. Mas, ultimamente, escrever está sendo uma ótima válvula de escape. Gosto de escrever, mas não gosto que leiam o que escrevo. Porém, pior que tudo isso, é que eu preciso que leiam, preciso que tentem entender como me sinto. E não é só nas coisas ruins, mas nas boas também... naqueles textos com gosto de saudades ou em outros com o nuance salgado de lágrimas. Cansei de me fechar numa conchinha. Ela estava lotada demais e já me faltava o ar. Só tenho medo de me podar exatamente por eu saber que pessoas que conheço andam lendo esse blog. Anônimos, amigos e mixuruqueiros. Todos vocês, obrigada por tentar entender essa mente que sempre foi, mas anda ainda mais confusa. Juro que tudo está voltando a seu lugar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

como uma novela do Maneco...

Vontade de dar risada. De comer calda de chocolate quente. De rolar no chão com o meu cachorro. De cantar a minha música predileta a plenos pulmões. De assistir meu filme preferido e saber todas as falas. De ter uma noite digna de filme da Sessão da Tarde. Vontade de escutar aquele tom de voz e sentir um arrepio na espinha. De chorar até perder as forças e depois dar risada de puro nervoso. De ter planos para o fim de semana. De dançar sozinha dentro do quarto. Saudade de criar meus próprios personagens. De rir até perder o fôlego com piadas bestas. De sentir o sol da tarde na pele. De tomar banho de chuva em um dia quente. De sentir o cheiro de comida recém-feita. De tomar coca cola com rosquinhas de côco. De sentir um cheiro e só lembrar de coisas boas. De uma nova história a cada segunda feira.

Vontade/saudade de viver a vida lá fora, na avenida Paulista, na rua Augusta ou em um carro cheio de gente.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

I feel so...

No mp3, tocava a mesma música no repeat, aquela mesma música que ela escutara tantas vezes na adolescência. No peito, um nó. Sem o que, sem porquê. Um nó que teimava não desatar.

Sometimes
I wish I was brave
I wish I was stronger
I wish I could feel no pain
I wish I was young
I wish I was shy
I wish I was honest
I wish I was you not I

Enquanto andava pela avenida pouco movimentada, a água lhe molhava a calça e o tênis branco. A chuva caía sobre sua cabeça e lhe encharcava o cabelo. Os fios, colados ao rosto, emoldurava seu rosto impassivo. Mas ela não ligava, chorava na chuva, enquanto fazia questão de pular em cada poça de água, esperando que a natureza engolisse suas lágrimas.

'Cause
I feel so mad
I feel so angry
I feel so callous
So lost, confused, again
I feel so cheap
So used, unfaithful

Sua respiração ofegante parecia casar perfeitamente com o som da música que lhe enchia os ouvidos. O rosto pálido e sem maquiagem, agora cheio de água doce e salgada, era iluminado pela luz vermelha do semáforo. Enquanto esperava atravessar a rua, só conseguia pensar que tinha que parar de agir como se sua vida fosse um maldito videoclipe.

Let's start over

i feel so - boxcar racer

...

A saudade lembra
Quando águas mansas
Eu regava meu matinho, meu girassol
De
lembranças tantas
Lembro do teu olhar
Sob a luz de pirilampos
Que voavam pelos campos
Entre matos e barrancos ao luar

circuladô de fulô - águas mansas

só porque era a música que mais me lembra ele...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Não leia

Ela fez uma burrada. Abriu um antigo arquivo de word repleto de palavras doces. Palavras essas que ela já não via muito sentido e que agora só lhe fazia mal. Logo ela, que sempre fora uma espectadora de sua própria vida, estava agora vivendo um dramalhão mexicano. O pior, é que ela sabe que pode sair dessa e que deveria fazê-lo, mas suas pernas não tem força, lhe falta fôlego e uma mão para lhe empurrar. Engraçado como as coisas podem ir da água pro vinho, aquilo que lhe fazia imensamente feliz, agora a derrubava sem ela nem saber porquê. Não foi muito, não foram tantas histórias, mas ela não conseguia se desvencilhar de um emaranhado de lembranças e sentimentos. Talvez, se existisse alguém que a pudesse ajudar assim como ela tentou ajudar, as coisas poderiam ser mais fáceis. Aquele ninho que a acolhia tão bem, agora a prendia sob garras afiadas. Aquelas sensações que lhe faziam sorrir, agora a faziam sentir como a pior criatura do mundo. E ele riu quando ela disse que tinha baixa auto estima. Se ela fosse segura de si, deixaria de se apoiar em alguém que, ao mesmo tempo lhe fazia bem, tinha a estranha necessidade de lhe machucar. E daquelas formigas que costumavam andar em seu coração, só sobrou o veneno.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

diálogos de msn #2

K. diz:
*poutz
K. diz:
*sofri uma cena terrivel agora
K. diz:
*eu ficava apertando a letra
K. diz:
*e ao invés do enter
K. diz:
*apagava
K. diz:
*ai apertava a letra
- natália (C) diz:
*HAHAHAHAAHHAHAHHAHAHAHAH
K. diz:
* e apagava
- natália (C) diz:
*HAHHAHAHAHAHHAHAHAHHAHHHAHAHAHHAHA
K. diz:
*parece mosca no vidro, saca
- natália (C) diz:
*HAHAHHHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHA
- natália (C) diz:
*HAHAHAHAHHAHHA
K. diz:
*terrivel
K. diz:
*e n tava entendendo o q acontecia
K. diz:
*fiquei no autoático
K. diz:
*letra, apaga, letra, apaga

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Meninas também amam

O chão não lhe parecia tão confortável quanto antigamente. Sua nuca latejava em encontro com o carpete sujo e seu nariz coçava por causa do pó que subia, mas ela não ligava. Dividia os fones de ouvido do mp3 com uma amiga, uma boa amiga, que até pouco tempo lhe estava acariciando a cabeça e dizendo que tudo ficaria bem, que era só "o início da vida adulta". Ah, se aquele sufoco no peito, aquela nebulosa que lhe ocupava a mente era a entrada para a vida de gente grande, ela preferia viver em seu mundinho de gente pequena. Mas, naquele momento, com o sol entrando pela parede de vidro, ela não se importava. Se sentia consolada por aquela pessoa que conhecia há pouco, mas que já havia lhe dado mais apoio do que pessoas que passaram a vida toda com ela. A menina, então, só conseguiu virar o rosto pra expressão adormecida da amiga ao lado e sorrir. Um sorriso molhado, mas grato.

Diálogos

- natália (C) diz:
*alguém me explica?
- natália (C) diz:
*af
Thaís diz:
*é?
Thaís diz:
*eu explico
Thaís diz:
*mas antes vou trocar meu ob
Thaís diz:
*perai
- natália (C) diz:
*AHAHAHHAAHHAHAHAHAHA

domingo, 29 de novembro de 2009

breve #4

a pior parte de enterrar um relacionamento é se livrar de seus restos mortais.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

breve #3

descobri que o choro é o banho da alma

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

breve #2

ela decidiu se apegar ao desapego. afinal, toda garota vadia, um dia foi uma garota magoada.

they made a statue of me

estranho é o seu mundo entrar em um redemoinho, suas emoções ganharem vida nova, sua mente se fechar em um tempestade, as pessoas ganharem novos rostos, o passado perder o significado. e mais estranho ainda é não ter forças para encarar tudo isso, ficar sentado em um sofá velho no meio da bagunça, se deixar levar pelos impulsos mais humanos e infantis. as pessoas perguntarem se você está bem e você simplesmente fingir que nada aconteceu.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

rotina

Todo dia ela faz a mesma coisa. Chega em casa, joga as coisas no sofá, liga o computador, coloca a água pra ferver, abre a porta da varanda. Todo dia ela escolhe uma trilha sonora, abre a janela do quarto, liga o chuveiro e larga a roupa pelo chão. Todo dia ela senta na frente do notebook, lê um pouco, fala um pouco, se entedia um pouco. Todo dia ela acorda esperançosa, almoça cansada e vai dormir derrotada. Todo santo dia é tudo isso. Todos os dias parecem iguais.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

madrugada

6 da manhã. sentados no chão da sala, dividiam um saco de rosquinhas de côco como duas crianças travessas. pela garganta, desciam goles generosos de coca cola e de seus pensamentos, coisas bobas e sérias ao mesmo tempo. à luz baixa, os pés descalços se encostavam meio sem querer. enquanto isso, os dois riam das ironias da vida, um riso cheio de açúcar e farelos de biscoito. e do rádio, uma voz doce feminina cantava a mesma música uma vez atrás da outra. a mesma canção, várias vezes seguidas, mas a cada vez, uma razão diferente.

tudo isso acontecia. toda a conversa/silêncio fluía. biscoitos eram mastigados, copos de refrigerantes eram tomados. e a garota só conseguia pensar:"um dia coloco essa cena em um filme!"

são cenas inusitadas que só a realidade pode nos dar.

sábado, 24 de outubro de 2009

breve #1

gosto de me encontrar em versos de música, em falas de filmes, em trechos de textos. gosto de encontrar um pouco de mim em você.
Close your brown eyes
And lay down next to me
Close your eyes, lay down
'Cos there goes the fear
Let it go

Think of me when you close your eyes
But don't look back when you break all ties
Think of me when you're coming down
But don't look back when leaving town today

there goes the fear - doves

sobre a noite

Com os fones de ouvido e seu par de tênis preferido, ela saiu pelas ruas, sujando a lona do all star amarelo, ouvindo canções de ninar no aparelho de mp3.
A cidade dormia, a madrugada reinava, mas os olhos atentos da menina não deixavam escapar nem mesmo um detalhe daquela paisagem que tanto conhecia. Por ali, ela passava todos os dias: da faculdade para o trabalho, do trabalho para casa. Mas naquele momento, o ambiente ganhava novos tons, um cheiro diferente, ares do hibrido entre uma noite velha e um novo dia.
Se ela pudesse, ficaria ali, parada no canteiro central, olhando para a imensidão que era aquela avenida tão movimentada sob o sol, mas que descansava sob a luz da lua.
A madrugada lhe chamava. Naquele momento, ela se sentia acolhida pela cidade, mas a pessoa mais solitária no meio daquela selva de pedra.

E uma solitária pérola salubre escorreu sobre a pele clara da menina.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Laying back, head on the grass
Children grown having some laughs
Yeah having some laughs.

Sleeping in the back of my car
We never went far
Needed to go far

I don't know where we are going now

So take a look at me now

dakota - stereophonics
foto: Adams Fehlauer

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

dolce

meu hidratante é creme de baunilha e meu perfume, açúcar.
uso gloss de calda de morango e shampoo de chantilly.
visto-me de granulado e me enfeito em confete...

tudo isso para tentar adoçar essa vida amarga, tão amarga.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

notas norturnas

O mundo era pequeno demais perto de seus pensamentos e, de costas pra ele, ela procurava uma saída. Sentia que estava predestinada a ser um nada e deixava-se ser absorvida por osmose por aquele mundo faminto.
Por isso ela ouvia o som do envelhecimento vindo do relógio e observava a cidade para não ser vista. Camuflava-se no mistério, pois era um cordeiro vestido de lobo mau. De cada sorriso dela nascia um borrão de dor.
Sentada na calçada da rua suja, ela via deslumbres de vida vindo das luzes do prédio logo a frente. Ali encontrava uma colcha de retalhos do cotidiano. Uma rotina da qual ela não fazia parte e se sentia deslocada.
Acalentar-se naqueles dias frios foi sua saída para solidão. Sem notar, acabou sorrindo ao ver um cachorro passar. E a fagulha de seu sorriso incendiou o coração do moço que a observava...
And if we have to go now,
I guess there’s always hope,
Tomorrow night will be more of the same.
This night is winding down but
Time means nothing

Say that you’ll stay


after hours - we are scientists

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

crisis detected

Gosto do escuro, mas não aguento mais ser esmagada por esse breu total. E eu sei que essa escuridão não vem de fora pra dentro, mas de dentro pra fora. São os meus sentimentos obscuros, a angústia e a ansiedade que insistem em me devorar.
Como me livrar de algo que tem sua fonte instalada dentro de mim mesma? Como evitar que esse animal me arraste para o lugar longíquo das lágrimas sem razão?
Eu poderia ficar bem por pelo menos mais de uma semana, não? Mas não, esse mesmo bicho nervoso e negro se remexe dentro do meu estômago. Esse monstro inquieto consegue até mesmo inibir as graciosas patinhas das formigas que, nos bons dias, caminham pelo meu coração.
Por isso eu ando escrevendo. Sempre brinquei que sou uma rockeira frustrada, mas (re) descobri na palavra o meu instrumento musical.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

amor próprio

Ela engoliu o próprio coração e decidiu se amar

solução para mau olhado


esse é o meu best, ele se chama Hobbesbawn. seus hobbies são predizer o final do mundo e manipular mentes humanas. ele gosta de comprimidos para esquizofrênia e bipolaridade. bom companheiro para doces e/ou travessuras.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

caderneta

Meu bloco de notas é meu melhor amigo e a caneta é a nossa língua própria. Através da tinta azul conversamos sobre o que é a vida, o universo e tudo mais.
Meu bloco de notas é o meu tanque de pensamentos onde derramo a minha alma. Se fervo por dentro, a caneta é o apito da panela de pressão. E tenho uma cidade inteira fervendo dentro de mim. Uma cidade em pleno verão, sem chuva, sem água.
No meu bloco de notas encontro a brisa de outuno que vem afastar o ar abafado. Nele, me despedaço e deixo as folhas secas da tristeza descansarem em paz.
Nessas folhas eu escrevo em lapsos tão intensos que chego confundi-los com espirros. Algo que sai com uma fúria incontrolável, não esperando permissão.
E é no meu bloco de notas que o meu coração de escancara. Nele eu não crio personagens, mas crio eu mesma pois não sei quem sou. Talvez um dia eu encontre a resposta, dentro do meu bloco de notas (ou não).

nuca


Os homens que sentavam perto dela no metrô se gabavam por ter-lhe arrepiado a nuca. Mal sabiam que era efeito do corte de cabelo.
Não sou autobiográfica, me escancaro em palavras sem medo. Com medo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ode ao fuser

a brisa leve de início de primavera insiste em levar meus pensamentos pra longe.
vou amarrá-los com um barbante em um pé de cadeira para eles não se soltarem, esperando me concentrar na voz monótona do professor...
mentira, não quero prendê-los. quero deixá-los flutuar pelo ar abafado do meio dia, já que as minhas asas, até então quebradas, parecem sarar enquanto sonho em voar para longe daqui.

texto escrito no meu bloco de notas em mais uma aula massante de jornalismo básico. c'est la vie.

domingo, 27 de setembro de 2009



usually when things has gone this far
people tend to disappear
no one will surprise me unless you do

i can tell there's something goin' on
hours seems to disappear
everyone is leaving i'm still with you

young folks - peter, bjorn and john

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

saboreando palavras

Degusto palavras como uma criança se empanturra de calda de chocolate.
Me embriago delas como um homem em seus dias de bucólica solidão.
Porque a palavra é um vício do qual eu necessito.

saboreio

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Péssimo é quando...

...você estende a mão para ajudar uma pessoa e ela se recusa a pegá-la.Prefere se afogar na própria tristeza. Pois é.

ode à ansiedade

chega uma hora que você tem que se desligar. do mundo, de alguém, de algo. a minha hora chegou e já passou, pensei que tinha me desligado, mas ainda me sinto atada. sinto-me presa a dois cavalos e um caminha para direção oposta do outro. sinto-me sufocada por algo que vem de dentro de mim. gostaria de me livrar desse sentimento, mas ao mesmo tempo em que ele faz mal, ele vicia, enfeitiça e me dá aquela falsa sensação de prazer. só queria estar leve... novamente.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

pobre menina (não) solitária

Desde que ganhara seu próprio quarto, ele se transformou em seu mundo. Ele sintetizava o útero protetor de sua mãe, o depósito de seus sonhos e o acalento dos dias cansativos. E ali que ela havia baixado a sua guarda, esparramada, desarrumada, descabelada, mas feliz. Não se importava se suas roupas sempre muito impecáveis estivessem um caos, ela estava feliz por poder contemplar o gozo de estar sozinha, isolada do mundo, de todos, dos mals e, principalmente, dos bons.

Ela não temia seus inimigos, mas as pessoas que tinham o poder de fazê-la se sentir mais viva, que lhe estediam a mão quando o que ela mais precisava era de um afago e um copo d'água. Por isso preferia viver sozinha, ela sabia que, por ora, conseguia enfrentar seus problemas sem que precisasse de muito, mas se todas essas boas pessoas se aproximassem, como seria? Contar com elas e então perdê-las em um passe de mágica? Talvez fosse sindrome do super-herói, mas a mulher acreditava que sozinha, pelo menos, não corria o risco de um dia se sentir solitária, porque ela já o era.

Assim, ela tirou os sapatos, fechou o livro que acabara de devorar e colocou sua música favorita no rádio.

Xavia, who will save us?
Your smile's on fire
And still my heart
Won't let you down, the sound

Ali, parada no meio de seu ninho, ela balançava de um lado pro outro. Olhos fechados, braços relaxados, pés que se mexiam harmoniosamente. Nenhum passo de dança pronto, nenhum estilo definido, a música a levava para um transe próprio, onde a sola de seus pés ignorava totalmente o chão frio de azulejo.

Merda, a mulher pensou. Ao som da música, ela não conseguia parar de recapitular as risadas, os choros engasgados, as conversas que andavam povoando os seus dias. Era a vida de adulto, trabalho e estudos, mas aquelas pessoas... ah, por que raios ela foi conhecer aquelas pessoas? Intrometidas, se metiam nos seus problemas quando ela só queria era ficar consigo mesma, perdida em sua solidão, ela os odiava. Mas, então, por que eles a faziam se sentir tão mais leve? Por que as risadas eram verdadeiras e as brigas tão ferrenhas?

Ela apertou com raiva a tecla forward do rádio. Como se ele tivesse culpa de ela ter feito amigos. Pobre aparelho.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Eu...

Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Penso. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Falo. Escuto.


Essa é a verdade;

eu natalio, tu natalias, ele natalia...

Verbalizar o próprio nome é o cúmulo do egocentrismo

jogando a toalha

Ser mulher me faz mal. Essas repentinas mudanças de humor, essas dores abdominais, esse cuidado com a aparência. Tudo isso me cansa. Estou exausta de ser mulher. Eu gostaria de ser algo a parte. Nem XY, nem XX.

Queria não depender da biologia, não queria temer o que o meu próprio corpo pode produzir dentro de mim. Queria viver de microcosmos, pensamentos e risadas. Isso sim seria vida. Fotossíntese não está com nada, o que manda agora são as energias que regem o nosso universo. Gostaria de viver dentro de um buraco de minhoca, longe de tudo aquilo que nos faz humanos. Tristeza, ansiedade, amor, felicidade. Tudo isso dói em mim.

Eu errei ao dizer que ser mulher me faz mal. Ser humana é o que me consome.

domingo, 13 de setembro de 2009

Por que coxa se bela, por que bela se coxa

K. diz:
*chuta a canela dela
K. diz:
*alias
K. diz:
*o joelho
K. diz:
*dá uma deslocada e pans
K. diz:
*vai andar como frango, pro resto da vida
- natália (C) diz:
*meo
- natália (C) diz:
*o pior é que ela tem um problema na bacia
- natália (C) diz:
*ela manca
K. diz:
*[có]
- natália (C) diz:
*ahahhahahHAHAHAH
- natália (C) diz:
*VC ACABOU DE DAR UM PUTA FORA
K. diz:
*UHAUAHUAHUAHUAUHAHUAUHAHUHUAUHAHUAHUAHUAHU

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Saboreando palavras (parte II)

Adoro neologismos. E eu descobri isso hoje vindo para o trabalho. Sempre achei de uma finesa absurda aquelas pessoas que conseguem dar novos sentidos a palavras mundanas, tornar as sérias, engraçadas e as feias, em bonitas.

Neologistas são quase alquimistas. Transformar palavras é um dom e eu adoraria tê-lo, não sei. Para mim, é a forma mais simples de se fazer poesia ou de passar uma idéia. Imagine, pegar uma palavra e simplesmente reciclá-la para atender o que você precisa. E o mais engraçado é quando esses neologismos são tão disseminados que acabam sendo enraizados em nossa cultura, aí ele perde a sua configuração inicial e se torna uma nova palavra mundana.

E a verbalização? Ah, como é divertido tranformar adjetivos ou advérbios em verbos. Quando eu era mais nova e tinha um flog super conceitual (eca), eu postei algo como:

Eu supimpo
Tu supimpas
Ele supimpa
Nós supimpamos
Vós supimpais
Eles supimpam

Me senti a verdadeira poeta!
Tsc, como eu gostaria de saber neologizar...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Drops

É engraçado quando tudo parece estar perfeitamente engrenado e no ritmo correto. O riso é solto, as coisas parecem estar naturais, nada fora do lugar.

Gostaria de me deixar voar, sem barreiras, sem restrições. Mas sempre existe algo que me mantém atada à terra, que me impede de voar. E eu nunca sei se isso é bom ou ruim.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Vou-me embora para Pasárgada

Em três semanas muitas coisas aconteceram; Coisas essas que não valem a pena ser lembradas aqui, mas que resultaram na minha saída de casa.
Sempre sonhei com o dia que eu moraria sozinha, ter a minha própria casa onde eu poderia me isolar, coisa que nunca consegui fazer muito bem dentro da casa da minha mãe. Porém pensar em toda a responsabilidade que terei está me cansando um tanto. Pensar também em todos os gastos que darei aos meus pais me deixa menos animada do que eu deveria estar.
Mas o mais divertido de tudo isso é que minha mãe embarcou junto comigo no planejamento da casa. Toalhas de mesa, cadeiras, talheres, panelas... tudo será do meu jeito e do modo que eu quiser e mamãe está animada em comprar tudo isso comigo (ela está até planejando comprar panelas de inox! O:). Apesar de tudo, esse processo de formação de um novo lar uniu por demais eu e a dona Diva, procurar apartamento e pensar nas cores que pintarei as paredes nos faz mais próximas.
Não tenho medo de ficar sozinha, sempre fui um pouco solitária, nunca fui uma garota rodeada por muitas pessoas. Vou me isolar, vou me recolher, mas isso não quer dizer que me privarei de boas companhias. Terei o meu canto, por fim. Canto que deixarei aberto para todos, assim como o meu coração sempre foi. Se quiser me visitar, é só dar um toque (para eu poder tirar o pó dos móveis) e pode vir, fazer companhia e jogar conversa fora.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Da série diálogos no msn...

diego diz:
huahuhuahuauhahu
diego diz:
é
diego diz:
dá pra perceber
diego diz:
pau no cu dela hahaha
diego diz:
acha que ela vai saber que foi vc?
diego diz:
mano, e esse pau aí que a lady gaga tem?
diego diz:
tenso
- natália (C) diz:
zahahahahahaha
- natália (C) diz:
vou mandar a lady gaga colocar o pau no cu da ****
- natália (C) diz:
e acho que ela nem sabe que eu existo
diego diz:
HUAHUAHUAHUHUAHUAHAHUAHUAUHAAUHHUA
diego diz:
- natália diz (17:40):
vou mandar a lady gaga colocar o pau no cu da ****

diego diz:
AHUAHUAHUAHUHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUHUAAHUHUAHUAHUAHA
diego diz:
VOCÊ ACABOU DE CRIAR A EXPRESSÃO DO MOMENTO
- natália (C) diz:
AHAHAHAHAHHAHAHHAAHAHAHAHAHHAHAHHAHAHAHAAHHAHHAHAHAHAHA
- natália (C) diz:
ESTOU MORRENDO
diego diz:
HUUAHHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUHUAHUAHAUHUAHUAHUAHUHUAHUAHUAHUAHUHUA
diego diz:
DÁ PRA ASSUSTAR AS CRIANÇAS
diego diz:
"se não ficar quieta a lady gaga vai colocar o pau no seu cu"
- natália (C) diz:
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHA
diego diz:
"vou chamar a lady gaga pra te comer o toba"
- natália (C) diz:
AHAHAHAHHAHAHAHAHA
- natália (C) diz:
AHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
- natália (C) diz:
ESTOU RINDO DEMAIS
diego diz:
HUAHUAHUAHUAHUAHUHUAHUAHUAHUAHUAHUAHU
diego diz:
CARA
diego diz:
QUE GENIAL ISSO
- natália (C) diz:
AHAAHAHAHAHA
- natália (C) diz:
EU ESTOU RINDO MUITO MUITO

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Mais um drama adolescente

Nesse final de semana eu decidi fazer um pseudo-retiro espiritual: fiquei desde sexta feira à noite até domingo sem internet. Isso mesmo. Sem nenhuma ligação com o mundo virtual.
Para aguentar tal poço de tédio, eu aluguei oito filmes, entre eles Big Girls don't Cry (Große Mädchen weinen nicht). Bom, filmes sobre adolescentes problemáticos existem aos montes atualmente, mas quem me conhece mais profundamente sabe que adoro esse tipo de roteiro.
Basicamente é a história de duas jovens de 17 anos que são amigas inseparáveis desde os 7 anos. Enquanto Kati não consegue manter um relacionamento sério com nenhum de seus ficantes, tem uma família problemática e seus pais querem que ela se vista como uma freira, Steffi tem uma vida aparentemente perfeita: é bonita, tem um namorado estável e seus pais tem uma relação harmoniosa. Porém Steffi vê o seu mundo cor-de-rosa ganhar tons cinzentos quando ela se depara com seu pai beijando outra mulher em uma casa noturna. A história, então, começa a desenrolar a partir dos planos de vingança da adolescente contra o pai e a namorada, mas tendo como principal vítima a filha da amante.

De início, o filme não promete muita coisa. A música tema açucarada e as duas amigas pulando alegremente em uma cama elástica não predizem o teor dramático da trama. Mesmo a primeira tentativa de vingança de Steffi parece ser infantil e sem grandes repercussões. Porém é exatamente esse o grandes viés do roteiro. Descobrimos as consequencias desastrosas dos atos de Steffi junto com Kati, quando ela se dá conta que a melhor amiga está incontrolável e sem escrúpulos.
Além disso, o filme mostra como no mundo real não existe lealdade incondicional e que o ódio pode passar por cima da amizade de forma simples e fácil. Tudo isso misturado às baladas em clubes noturnos, brigas familiares e relações sexuais desastradas.

Definitivamente, gosto de um drama adolescente. E apesar de eu ter falado que a música tema é açucarada, eu a adorei. :)

Trailler (em alemão)





domingo, 26 de julho de 2009

Natália, prazer.

Percebi que eu estava com medo de ficar sozinha comigo mesma. Há muito tempo ando me agarrando às companhias para não me sentir só e tinha esquecido como é bom sair um pouco sem ninguém. Apesar de eu sempre estar sozinha dentro do meu quarto, o MSN não deixa eu ficar comigo mesma, porque mesmo que virtualmente, as pessoas não deixam (e eu não quero) conversar com o eu-Natália.

Mas hoje foi um domingo diferente. Não quis ficar em casa abatida e me vesti de mulher decidida. Terno bonito, broche-flor, calça jeans, all star e nada de maquiagem... só um óculos de sol para me dar um ar mais interessante. Usei o meu andar "sou segura" e, com um livro embaixo do braço, fui à luta por uma tarde dominical agradável.

Já no cinema, para a minha felicidade, nenhum casal sentou ao meu lado. Um grande ufa. Melhor, sentei ao lado de duas meninas que riam tão alto quanto eu e que faziam piadinhas ótimas.
Comi pipoca, tomei refrigerante, dei risada, chorei à toa, coloquei o pé em cima da poltrona da frente, falei sozinha. Foi uma ótima terapia que só um filme da Sandra Bullock pode proporcionar.

Depois fui até a Lojas Americanas e cacei filmes. Na realidade, eu queria comprar dez dvds, mas como o meu orçamento não é muito grande e por mais que os dvds estivessem entre $9.99 e $19.99, eu comprei apenas quatro: dois que ainda não assisti e dois que gosto muito. Adoro mexer em todas as gondolas, ler sinopses, olhar capas de dvd e relacionar cada filme a uma pessoa diferente.

Tudo isso foi acompanhado por grandes discussões, reflexões e conversas internas. Natália x eu, eu x Natália. Duas amigas que não se viam há muito tempo e que morriam de saudades. Esse encontro inesperado, mas produtivo, terminou com uma promessa: a de que não levariam mais tanto tempo para se reencontrarem.

sábado, 25 de julho de 2009

Exercício de memória


HÁ 10 ANOS:

1. Eu tinha 10 anos
2. Estudava na terceira série, na escola Isaac Newton
3. Tinha que usar saia plissada para ir à escola
4. Era líder de um clubinho da bicicleta
5. Adorava rodar sozinha olhando para o céu

HÁ 5 ANOS:


1. Estava na oitava série
2. Aprendi que nem todos podem te aceitar do jeito que você é
3. Usava spike no braço e corrente na calça
4. Odiava Britney Spears
5. Good Charlotte, Greenday e Blink 182 eram minhas bandas favoritas

HÁ 2 ANOS:


1. Conheci Buenos Aires
2. Me formei no Ensino Médio
3. Meu avô morreu e a minha mãe não conseguiu chorar
4. Consegui passar na Cásper na segunda chamada
5. Comecei a sair à noite

HÁ 1 ANO:


1. Eu estava namorando hà 2 anos
2. Conheci duas meninas que fariam a faculdade mais feliz
3. Eu comecei a beber de verdade
4. Rehab virou melô de bêbado
5. Arranjei o meu primeiro emprego

ONTEM:
1. Trabalhei na agência de notícias de um dos principais jornais do mundo
2. Minha chefe disse que um projeto meu ia salvar o faturamento desse mesmo jornal
3. A Thaís me acompanhou até a Barra Funda só para conversarmos sobre relacionamentos
4. Tomei chuva mas cheguei de bom humor em casa
5. Um amigo veio me pedir desculpas

HOJE:
1. Comi bolo de cenoura que a Thaís levou para mim :)
2. Voltei a ler mangás bobos
3. Me senti rejeitada, mas fazer o quê?
4. Estou em casa em uma sexta feira à noite e nem estou ligando.
5. Briguei com um dos meus melhores amigos

AMANHÃ EU VOU:
1. Sair com qualquer pessoa que me chame.
2. Mofar em casa ou na casa da minha tia
3. Acordar tarde (por favor!)
4. Sentir aquele friozinho na barriga
5. Jogar The Sims 2

Só enchendo linguiça...

Mais uma sexta feira em casa e aproveitei para muder o layout daqui, mas esse blog ainda não está do jeito que eu quero. Esses grandes olhos me atormentam me vendo daí de cima, mas enfim, vai ficar assim enquanto não tenho uma idéia melhor.

Não ligo de todo mundo estar na rua e eu aqui deitava, com o notebook no colo e uma panela de brigadeiro ao meu lado. Está chovendo bastante e o unico programa que eu tinha para hoje acabou sendo cancelado por causa do trânsito, mas não estou infeliz. Na realidade, acho que se eu morasse sozinha, gostaria muito mais de ficar em casa.

Assim, estou aproveitando para retomar antigos hábitos, como escrever (esse é o porquê de eu ressucitar esse blog) e fotografar. Faz tempo que não pego uma máquina e saio por aí tirando fotos, acho que até perdi o jeito para a coisa, mas até aí eu desenferrujo.

Outro hábito que estou retomando é o de escutar música e baixar albuns. Estou baixando muitos e de qualquer banda que me interesse. A última aquisição foi um do Metric, que nem me agradou muito, porém um cd que eu gostei bastante foi o Brain Thrust Mastery, do We are Scientists. Muito bom, sério mesmo... qualquer dia eu escrevo algo mais sobre isso.

Claro que o fato de eu estar trabalhando em um lugar muito mais sossegado e com a carga horária muito menor está ajudando para que eu aproveite mais esses hobbys que eu havia esquecido. Trabalhar só quatro horas deixa tempo livre para que eu tenha uma vida, afinal de contas.

Enfim, ainda tenho uma madrugada de sexta feira pela frente e ainda pode sair muita coisa dessa cabeça. Espero que todos estejam aproveitando o início de mais um final de semana! :)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

We found Fluffy!

Nick and Norah's Infinite Playlist me pegou de jeito. Juro que tentei começar esse post das mais diversas formas, mas essa frase foi a maneira mais adequada para eu resumir tudo, logo de uma vez.

Tá que o título em português não promete muita coisa (
Uma noite de música e amor ¬¬) e que não é nada muito 'cabeça' ou que provoque grandes reflexões em quem o assiste, mas não teve jeito, foi amor à primeira, segunda, terceira vista. E acredite, é um filminho besta, mas com as coisas certas para me conquistar, fazer o quê?


Como podemos presumir pelo título, tudo roda em volta de Nick, um músico que acabou de terminar com a namorada gatérrima e que é baixista (deslocado) de uma banda formada por gays, e Norah, uma fã fervorosa de música e garota de personalidade. Agora junte esses dois, mais três gays, uma jovem bêbada, uma ex-namorada linda e a banda do sonho de todos eles, temos então
Nick and Norah's Infinite Playlist.


Nick e Norah se conhecem depois de uma apresentação e partem à procura do show secreto da
banda Where is Fluffy?. Nada demais, eu admito, porém adoro filmes que contam a história de uma noite mirabolante enfeitada com boas músicas. É o tipo de coisa que sempre quis estar envolvida e que sempre gostei: noites longas e
cheias de boas histórias para contar.

Tudo embalado por músicas de indie rock, um filme que fala do amor pela música é demais para mim. Meu coração frágil não aguenta. Não mesmo. Além de sustentar todo aquele ar ensolarado presente em todos os meus filmes prediletos (mesmo a história toda passando em uma única noite).

Não sei se foi a música, não sei se foi o Michael Cera e toda a sua nerdice, mas esse é o meu tipo de filme, em todos os momentos... desde as piadas nonsense até aquela leveza de quem não quer se preocupar com as coisas, pelo menos por ora.
Tem gente que não vê nada demais (leia-se minha amiga Anita), mas não estou fazendo uma resenha, não estou avaliando, só estou me declarando apaixonada por um longa-metragem... simples assim.


Larilalá

Adoro música, mas sou uma musicista frustrada.
Não fui feita para tocá-la, nem para comentá-la, mas sim para apreciá-la.

Acho que tenho uma ligação nada saudável com música. Cada acorde que escuto eu ligo à algo da minha vida, tanto que tenho cds que definem perfeitamente certos momentos e nem sei o porquê. Quando volto a escutar tais músicas, a nostalgia toma conta de mim.

Mas você se engana se pensa que sou o tipo que guarda frases de impacto das músicas que escuto. Mentira. Sou mais o tipo que gosta de assobiá-la ou cantá-las mentalmente quando não se tem nada para fazer dentro do ônibus.

Hoje, porém, acho que foi o ápice da minha paixão. Consegui me apaixonar por uma música escutando apenas os seus 25 segundos iniciais. Na realidade, estou escutando-a até agora enquanto procuro insanamente o album que a contém para download.

Talvez eu não seja apaixonada, mas obcecada, quem sabe fissurada em música.

Tenho que parar com isso. Acho que vou começar a fumar. Sabe como é, desviar todo esse entusiasmo para algo mais... não-saudável e menos perturbador.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sou fútil, meu amor.

Não vou mentir para vocês: sou fútil. Ou pelo menos gosto de fingir ser.
Assisto os programas bizarros da tv aberta, dou risada com Hannah Montana e nem ligo de escutar Lady GaGa só poder ser uma modinha passageira. Fazer o quê?

Se jogar em um balde de futilidades sempre fez bem pra pele. Fugir um pouco do mundo formado por intelectualóides é algo natural e que todos deveriam fazer. Preocupar-se, ou fingir se preocupar, cansa... e muito.

Ao meu ver, o problema de todos hoje não é fugir da realidade ou se ater demais a ela. O problema é o desequilibrio. Somos humanos, não precisamos simplesmente agarrar uma idéia, um conceito e seguir com ele por toda a nossa vida. Não precisamos decidir engajar-se a partir de agora e para sempre ou fugir de todas as idéias políticas como diabo foge da cruz. Podemos muito bem contrabalancear esses dois aspectos e ter uma vida muito mais calma.

Sim, existe muito marmanjo por aí pensando que a vida é abrir o porta-mala do carro e ouvir música alto. Mas também existe muita gente que pensa a situação em que se encontra e não se esquece de se divertir um pouco. E outras, mais radicais, que acham que todos deveriam postar a tag #forasarney no twitter para conseguir tirar o cara do cargo dele.

A sociedade cobra cada vez mais uma posição das pessoas, rotula e as faz seguir um certo caminho. Bobagem, devo dizer.

Não quero participar da manifestação do momento, não vou encher esse blog com todas as minhas reivindicações e gritos contra a última injustiça. Prefiro ser um pouco mais centrada e equilibrada na hora de expor algo, dizer algo. Claro, já fui 100% revolts (haha), mas percebi que aquilo só me tornava uma caricatura de alguém que pensava ter opinião.

Por essa razão prefiro debater, ter uma conversa civilizada dentro do seu momento e não numa mesa de bar, porque, peloamordedeus, ali a única discussão séria que pode ter espaço é a amorosa quando um amigo acabou de terminar o namoro. Nada mais.

De resto, vou assistindo tv, comendo brigadeiro e rindo da melhor amiga da Hannah Montana. Nem ligo se alguém acha que sou fútil ou idiota por fazer esse tipo de coisa. Eu sei do que gosto, do que dou risada e no que penso. E, pra falar a verdade, adoro tomar doses moderadas de futilidades no meu dia a dia e, logo depois, discutir George Orwell com os meus bests. ;)

De Ohio para California

Certos dias eu me pego pensando porque já não escrevo tanto. Por fazer jornalismo seria uma característica óbvia o gosto por escrever, mas há muito que não consigo exprimir muitas coisas em posts. Já mantive um blog por cerca de um ano, mas ali eu não escrevia nada demais, somente algumas reclamações adolescentes e as letras das músicas que eu mais gostava. Agora eu cresci e quero escrever coisas bonitas e impactantes, cheguei a andar com um bloquinho de notas na bolsa para anotar aquelas ideias que só tenho dentro do ônibus indo trabalhar, porém nada vingou na minha mente ou deu vazão às discussões. Quer dizer, discussões internas, porque as externas, com outras pessoas, eu as tenho de monte. Na realidade, eu sou uma pessoa muito mais falante do que "escrevante". Isso porque eu quero ser jornalista um dia.

Mas não foram tantas as coisas que mudaram desde Abril, minha última postagem. Eu estava em um estágio x, larguei e consegui o estágio y, no qual estou trabalhando atualmente. Minha vida continua a mesma, talvez com algumas pessoas a mais e outras a menos. Continuo sofrendo por antecipação e não confiando no meu próprio taco, mas mantenho o meu bom humor e um pouco de melancolia.
Nada demais, de fato. Mas me sinto renovada, talvez seja por isso que resolvi escrever às 4 da manhã de uma terça feira.

Não sei, eu deveria ter sempre valorizado o "sentir-se bem". Agora que estou em paz comigo mesma entendi o porquê de algumas pessoas abrirem mão de certas coisas para poderem crescer. Precisei tomar um decisão, erguer a cabeça e mantê-la até o final. E estou conseguindo. Estou orgulhosa de mim mesma, acho que isso fez eu acreditar na minha própria força de vontade e anda influenciando vários âmbitos da minha vida.

Outras coisas aconteceram antes, durante e depois disso, mas isso não vale ser descrito aqui. Por ser um blog pessoal e conter coisas mais íntimas, eu prefiro simplesmente deixar todos a par que estou muito melhor do que há muito eu não estava. Talvez crescer e levar um tapa na cara seja bom para a formação de uma pessoa. Porque vamos combinar, né? Eu sou apenas uma pimpolha aprendendo a ser gente e nem tenho vergonha disso.

Enfim, penso que finalmente comecei a curtir a faculdade e todo o mundo que ela abre a sua frente. Vejo tudo isso com olhos de crianças mas mantenho a pose. Afinal, ninguém quer ver uma marmanja que nem eu correndo por aí como se estivesse na Fantástica Fábrica de Chocolates.

terça-feira, 7 de abril de 2009