domingo, 26 de julho de 2009

Natália, prazer.

Percebi que eu estava com medo de ficar sozinha comigo mesma. Há muito tempo ando me agarrando às companhias para não me sentir só e tinha esquecido como é bom sair um pouco sem ninguém. Apesar de eu sempre estar sozinha dentro do meu quarto, o MSN não deixa eu ficar comigo mesma, porque mesmo que virtualmente, as pessoas não deixam (e eu não quero) conversar com o eu-Natália.

Mas hoje foi um domingo diferente. Não quis ficar em casa abatida e me vesti de mulher decidida. Terno bonito, broche-flor, calça jeans, all star e nada de maquiagem... só um óculos de sol para me dar um ar mais interessante. Usei o meu andar "sou segura" e, com um livro embaixo do braço, fui à luta por uma tarde dominical agradável.

Já no cinema, para a minha felicidade, nenhum casal sentou ao meu lado. Um grande ufa. Melhor, sentei ao lado de duas meninas que riam tão alto quanto eu e que faziam piadinhas ótimas.
Comi pipoca, tomei refrigerante, dei risada, chorei à toa, coloquei o pé em cima da poltrona da frente, falei sozinha. Foi uma ótima terapia que só um filme da Sandra Bullock pode proporcionar.

Depois fui até a Lojas Americanas e cacei filmes. Na realidade, eu queria comprar dez dvds, mas como o meu orçamento não é muito grande e por mais que os dvds estivessem entre $9.99 e $19.99, eu comprei apenas quatro: dois que ainda não assisti e dois que gosto muito. Adoro mexer em todas as gondolas, ler sinopses, olhar capas de dvd e relacionar cada filme a uma pessoa diferente.

Tudo isso foi acompanhado por grandes discussões, reflexões e conversas internas. Natália x eu, eu x Natália. Duas amigas que não se viam há muito tempo e que morriam de saudades. Esse encontro inesperado, mas produtivo, terminou com uma promessa: a de que não levariam mais tanto tempo para se reencontrarem.

sábado, 25 de julho de 2009

Exercício de memória


HÁ 10 ANOS:

1. Eu tinha 10 anos
2. Estudava na terceira série, na escola Isaac Newton
3. Tinha que usar saia plissada para ir à escola
4. Era líder de um clubinho da bicicleta
5. Adorava rodar sozinha olhando para o céu

HÁ 5 ANOS:


1. Estava na oitava série
2. Aprendi que nem todos podem te aceitar do jeito que você é
3. Usava spike no braço e corrente na calça
4. Odiava Britney Spears
5. Good Charlotte, Greenday e Blink 182 eram minhas bandas favoritas

HÁ 2 ANOS:


1. Conheci Buenos Aires
2. Me formei no Ensino Médio
3. Meu avô morreu e a minha mãe não conseguiu chorar
4. Consegui passar na Cásper na segunda chamada
5. Comecei a sair à noite

HÁ 1 ANO:


1. Eu estava namorando hà 2 anos
2. Conheci duas meninas que fariam a faculdade mais feliz
3. Eu comecei a beber de verdade
4. Rehab virou melô de bêbado
5. Arranjei o meu primeiro emprego

ONTEM:
1. Trabalhei na agência de notícias de um dos principais jornais do mundo
2. Minha chefe disse que um projeto meu ia salvar o faturamento desse mesmo jornal
3. A Thaís me acompanhou até a Barra Funda só para conversarmos sobre relacionamentos
4. Tomei chuva mas cheguei de bom humor em casa
5. Um amigo veio me pedir desculpas

HOJE:
1. Comi bolo de cenoura que a Thaís levou para mim :)
2. Voltei a ler mangás bobos
3. Me senti rejeitada, mas fazer o quê?
4. Estou em casa em uma sexta feira à noite e nem estou ligando.
5. Briguei com um dos meus melhores amigos

AMANHÃ EU VOU:
1. Sair com qualquer pessoa que me chame.
2. Mofar em casa ou na casa da minha tia
3. Acordar tarde (por favor!)
4. Sentir aquele friozinho na barriga
5. Jogar The Sims 2

Só enchendo linguiça...

Mais uma sexta feira em casa e aproveitei para muder o layout daqui, mas esse blog ainda não está do jeito que eu quero. Esses grandes olhos me atormentam me vendo daí de cima, mas enfim, vai ficar assim enquanto não tenho uma idéia melhor.

Não ligo de todo mundo estar na rua e eu aqui deitava, com o notebook no colo e uma panela de brigadeiro ao meu lado. Está chovendo bastante e o unico programa que eu tinha para hoje acabou sendo cancelado por causa do trânsito, mas não estou infeliz. Na realidade, acho que se eu morasse sozinha, gostaria muito mais de ficar em casa.

Assim, estou aproveitando para retomar antigos hábitos, como escrever (esse é o porquê de eu ressucitar esse blog) e fotografar. Faz tempo que não pego uma máquina e saio por aí tirando fotos, acho que até perdi o jeito para a coisa, mas até aí eu desenferrujo.

Outro hábito que estou retomando é o de escutar música e baixar albuns. Estou baixando muitos e de qualquer banda que me interesse. A última aquisição foi um do Metric, que nem me agradou muito, porém um cd que eu gostei bastante foi o Brain Thrust Mastery, do We are Scientists. Muito bom, sério mesmo... qualquer dia eu escrevo algo mais sobre isso.

Claro que o fato de eu estar trabalhando em um lugar muito mais sossegado e com a carga horária muito menor está ajudando para que eu aproveite mais esses hobbys que eu havia esquecido. Trabalhar só quatro horas deixa tempo livre para que eu tenha uma vida, afinal de contas.

Enfim, ainda tenho uma madrugada de sexta feira pela frente e ainda pode sair muita coisa dessa cabeça. Espero que todos estejam aproveitando o início de mais um final de semana! :)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

We found Fluffy!

Nick and Norah's Infinite Playlist me pegou de jeito. Juro que tentei começar esse post das mais diversas formas, mas essa frase foi a maneira mais adequada para eu resumir tudo, logo de uma vez.

Tá que o título em português não promete muita coisa (
Uma noite de música e amor ¬¬) e que não é nada muito 'cabeça' ou que provoque grandes reflexões em quem o assiste, mas não teve jeito, foi amor à primeira, segunda, terceira vista. E acredite, é um filminho besta, mas com as coisas certas para me conquistar, fazer o quê?


Como podemos presumir pelo título, tudo roda em volta de Nick, um músico que acabou de terminar com a namorada gatérrima e que é baixista (deslocado) de uma banda formada por gays, e Norah, uma fã fervorosa de música e garota de personalidade. Agora junte esses dois, mais três gays, uma jovem bêbada, uma ex-namorada linda e a banda do sonho de todos eles, temos então
Nick and Norah's Infinite Playlist.


Nick e Norah se conhecem depois de uma apresentação e partem à procura do show secreto da
banda Where is Fluffy?. Nada demais, eu admito, porém adoro filmes que contam a história de uma noite mirabolante enfeitada com boas músicas. É o tipo de coisa que sempre quis estar envolvida e que sempre gostei: noites longas e
cheias de boas histórias para contar.

Tudo embalado por músicas de indie rock, um filme que fala do amor pela música é demais para mim. Meu coração frágil não aguenta. Não mesmo. Além de sustentar todo aquele ar ensolarado presente em todos os meus filmes prediletos (mesmo a história toda passando em uma única noite).

Não sei se foi a música, não sei se foi o Michael Cera e toda a sua nerdice, mas esse é o meu tipo de filme, em todos os momentos... desde as piadas nonsense até aquela leveza de quem não quer se preocupar com as coisas, pelo menos por ora.
Tem gente que não vê nada demais (leia-se minha amiga Anita), mas não estou fazendo uma resenha, não estou avaliando, só estou me declarando apaixonada por um longa-metragem... simples assim.


Larilalá

Adoro música, mas sou uma musicista frustrada.
Não fui feita para tocá-la, nem para comentá-la, mas sim para apreciá-la.

Acho que tenho uma ligação nada saudável com música. Cada acorde que escuto eu ligo à algo da minha vida, tanto que tenho cds que definem perfeitamente certos momentos e nem sei o porquê. Quando volto a escutar tais músicas, a nostalgia toma conta de mim.

Mas você se engana se pensa que sou o tipo que guarda frases de impacto das músicas que escuto. Mentira. Sou mais o tipo que gosta de assobiá-la ou cantá-las mentalmente quando não se tem nada para fazer dentro do ônibus.

Hoje, porém, acho que foi o ápice da minha paixão. Consegui me apaixonar por uma música escutando apenas os seus 25 segundos iniciais. Na realidade, estou escutando-a até agora enquanto procuro insanamente o album que a contém para download.

Talvez eu não seja apaixonada, mas obcecada, quem sabe fissurada em música.

Tenho que parar com isso. Acho que vou começar a fumar. Sabe como é, desviar todo esse entusiasmo para algo mais... não-saudável e menos perturbador.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sou fútil, meu amor.

Não vou mentir para vocês: sou fútil. Ou pelo menos gosto de fingir ser.
Assisto os programas bizarros da tv aberta, dou risada com Hannah Montana e nem ligo de escutar Lady GaGa só poder ser uma modinha passageira. Fazer o quê?

Se jogar em um balde de futilidades sempre fez bem pra pele. Fugir um pouco do mundo formado por intelectualóides é algo natural e que todos deveriam fazer. Preocupar-se, ou fingir se preocupar, cansa... e muito.

Ao meu ver, o problema de todos hoje não é fugir da realidade ou se ater demais a ela. O problema é o desequilibrio. Somos humanos, não precisamos simplesmente agarrar uma idéia, um conceito e seguir com ele por toda a nossa vida. Não precisamos decidir engajar-se a partir de agora e para sempre ou fugir de todas as idéias políticas como diabo foge da cruz. Podemos muito bem contrabalancear esses dois aspectos e ter uma vida muito mais calma.

Sim, existe muito marmanjo por aí pensando que a vida é abrir o porta-mala do carro e ouvir música alto. Mas também existe muita gente que pensa a situação em que se encontra e não se esquece de se divertir um pouco. E outras, mais radicais, que acham que todos deveriam postar a tag #forasarney no twitter para conseguir tirar o cara do cargo dele.

A sociedade cobra cada vez mais uma posição das pessoas, rotula e as faz seguir um certo caminho. Bobagem, devo dizer.

Não quero participar da manifestação do momento, não vou encher esse blog com todas as minhas reivindicações e gritos contra a última injustiça. Prefiro ser um pouco mais centrada e equilibrada na hora de expor algo, dizer algo. Claro, já fui 100% revolts (haha), mas percebi que aquilo só me tornava uma caricatura de alguém que pensava ter opinião.

Por essa razão prefiro debater, ter uma conversa civilizada dentro do seu momento e não numa mesa de bar, porque, peloamordedeus, ali a única discussão séria que pode ter espaço é a amorosa quando um amigo acabou de terminar o namoro. Nada mais.

De resto, vou assistindo tv, comendo brigadeiro e rindo da melhor amiga da Hannah Montana. Nem ligo se alguém acha que sou fútil ou idiota por fazer esse tipo de coisa. Eu sei do que gosto, do que dou risada e no que penso. E, pra falar a verdade, adoro tomar doses moderadas de futilidades no meu dia a dia e, logo depois, discutir George Orwell com os meus bests. ;)

De Ohio para California

Certos dias eu me pego pensando porque já não escrevo tanto. Por fazer jornalismo seria uma característica óbvia o gosto por escrever, mas há muito que não consigo exprimir muitas coisas em posts. Já mantive um blog por cerca de um ano, mas ali eu não escrevia nada demais, somente algumas reclamações adolescentes e as letras das músicas que eu mais gostava. Agora eu cresci e quero escrever coisas bonitas e impactantes, cheguei a andar com um bloquinho de notas na bolsa para anotar aquelas ideias que só tenho dentro do ônibus indo trabalhar, porém nada vingou na minha mente ou deu vazão às discussões. Quer dizer, discussões internas, porque as externas, com outras pessoas, eu as tenho de monte. Na realidade, eu sou uma pessoa muito mais falante do que "escrevante". Isso porque eu quero ser jornalista um dia.

Mas não foram tantas as coisas que mudaram desde Abril, minha última postagem. Eu estava em um estágio x, larguei e consegui o estágio y, no qual estou trabalhando atualmente. Minha vida continua a mesma, talvez com algumas pessoas a mais e outras a menos. Continuo sofrendo por antecipação e não confiando no meu próprio taco, mas mantenho o meu bom humor e um pouco de melancolia.
Nada demais, de fato. Mas me sinto renovada, talvez seja por isso que resolvi escrever às 4 da manhã de uma terça feira.

Não sei, eu deveria ter sempre valorizado o "sentir-se bem". Agora que estou em paz comigo mesma entendi o porquê de algumas pessoas abrirem mão de certas coisas para poderem crescer. Precisei tomar um decisão, erguer a cabeça e mantê-la até o final. E estou conseguindo. Estou orgulhosa de mim mesma, acho que isso fez eu acreditar na minha própria força de vontade e anda influenciando vários âmbitos da minha vida.

Outras coisas aconteceram antes, durante e depois disso, mas isso não vale ser descrito aqui. Por ser um blog pessoal e conter coisas mais íntimas, eu prefiro simplesmente deixar todos a par que estou muito melhor do que há muito eu não estava. Talvez crescer e levar um tapa na cara seja bom para a formação de uma pessoa. Porque vamos combinar, né? Eu sou apenas uma pimpolha aprendendo a ser gente e nem tenho vergonha disso.

Enfim, penso que finalmente comecei a curtir a faculdade e todo o mundo que ela abre a sua frente. Vejo tudo isso com olhos de crianças mas mantenho a pose. Afinal, ninguém quer ver uma marmanja que nem eu correndo por aí como se estivesse na Fantástica Fábrica de Chocolates.