terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

entre copos

No happy hour de uma quinta-feira.

Risadas

x:...que nem em Friends, quando um faz xixi na perna do outro para curar queimadura de água-viva.

y: Pode crer! (risos)

x: O melhor é o povo que faz xixi em si mesmo para tentar se esquentar, quando está muito frio (risos)

y: Ah, mas isso é mó mentira, depois do quentinho tudo fica gelado!

x: Né, meu? Mó porcaria isso.

Silêncio.

x: Quem vê acha que a gente já fez xixi na própria perna para tentar se esquentar, hehehe.

y: Quem vê pensa, né? Que isso! hehehe. (Olha para o lado)

Constrangimento e fim.

sábado, 14 de agosto de 2010

good memories

O sol estava morno. A multidão, em frente ao palco, sorria enquanto a música tocava. Não ensurcedora, mas tocando o coração. As batidas, muito bem programadas, faziam balançar o corpo. Nada de tumulto, apenas amigos, cervejas para o alto, óculos de sol e sorrisos. Uma tarde de setembro, ao som de Fujiya & Miyagi, e tudo parecia certo. Estava tudo me seu lugar e éramos todos jovens numa tarde de sábado. Depois do festival, uma festa na casa de alguém, Augusta acompanhada por um mendigo, dono de um filhote vira-lata que, brincando, rasgara a minha meia-calça. O tipo de coisa que apenas eu lembro, que os meus amigos, que estavam comigo naquele dia, nem devem dar conta de tantas coisas boas e pequenas me proporcionaram. A alegria de um sábado à tarde, em um festival de música, no Parque Ibirapuera. Um festival que, por ter sido de graça, quase ninguém mais lembra dele. E hoje, eu vejo uma foto em um álbum do orkut, e sorrio. Foi naquele dia que, mesmo eu estando no início do fim de uma fase, tudo parecia estar do jeito que eu sempre quis. Boa música, boa companhia e sol da tarde. Tive tudo, por um dia.

Para ler escutando:


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

and she fights for her life...

Aquelas manhãs em que o sol brinca com o seu rosto sonolento. Que o ar, mesmo alegre, é friozinho daquele jeito fanfarrão, te chamando para brincar com a neve, com a grama molhada, com a terra gelada. O cabelo bagunçado, os olhos meio remelentos, o sorriso renovado. O dia perfeito. Os sonhos são sempre bons, mas são das manhãs que eu mais sinto saudade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vagão. 23h.

O álcool lhe dera aquela zonzera na cabeça e lhe secara a boca. O trem balançava ao som da música que lhe enchia o cérebro zoneado. Os olhos, embaçados, estáticos, estavam muito além do que aquele vagão sujo. Era tudo tão torto, cheio de curvas brilhantes que lhe fazia perder a concentração. Se segurou no banco quando viu que, sem querer, tombara um pouco para o lado do moço que estava sentado ao seu lado. O barulho irritava mas aquela dormência nas articulações o fazia esquecer do som ultrajante. O álcool aspirava todos os pensamentos subjetivos e deixava somente os mais claros. Potencializava os sentimentos, lhe enchia os olhos de alegria e de tristeza, tudo ao mesmo tempo. Não se importava se as pessoas estavam olhando-o desconfiado. Era quinta-feira, os olhos injetados entregava a farra que tivera há pouco com alguns amigos. Amanhã, mais um dia cheio de obrigações. Mas, por enquanto, a zonzera o fazia esquecer que, mais uma vez, outra vez, estaria pegando o metrô no sentido contrário, ouvindo aquela mesma playlist. Gostava daquela sensação, mas ela a incomodava. Gostava de sentir as coisas como elas eram e ele sabia, apesar daquele teimosia típica de bêbado, que estava enxergando o mundo, naquele momento, diferente do que enxergava normalmente. Estava tudo mais simples, mais claro, mais vivo dentro de si. Estava feliz, apesar de algumas adversidades. Mas estava solitário, apesar do vagão cheio às 23h. Era a zonzera, era a vontade de chegar em casa e tirar a roupa do trabalho. Era a felicidade de ter passado bons momentos, era o frio dos lençóis amassados e do cinzeiro lotado. E ela não estaria lá para rir ou dar bronca por causa do seu bafo alcoolizado. Ela estava em outro lugar, além de seu toque. Além de sua bebedeira.