sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Eu sou Imprensa - A MÚSICA

Vou entrar pelos bastidores
Como um agente secreto
Eu sou imprensa (2x)

Então vou fazer uma resenha
Sobre Pablo Neruda
Eu sou imprensa (2x)

Depois vou ir jantar
No restaurante oriental
Eu sou imprensa (2x)
por Chini

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

arrebatadora

ela comprou os sapatos perfeitos para pisar em corações alheios...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

who am i


sobre o (monstro) relacionamento

relacionamento é uma parada sinistra. sua cara feia, ranzinza e seu temperamento irregular assusta a muitos, e a única forma de se 'proteger' é vestir a capa da racionalidade. mas isso deixa tudo tão sem graça, não? se já estamos emocionalmente vulneráveis ao nos entregar a este bicho, por que não nos deixamos levar pelo balão de gás que se instala no peito de todo apaixonado? por isso o primeiro amor é lindo. os pombinhos ainda não conhecem a cara verruguenta de um relacionamento: os sorrisos são radiantes, os olhos alegres, mas o monstrinho está ali por perto e, quando morde, seu veneno entranha, corrói, machuca, para sempre. por isso, em vez de vestir a armadura, nos resguardar, deveríamos nos fortalecer, criar anticorpos e correr descalço para o abraço 'mortal' de um relacionamento, viver um eterno 'primeiro amor'. mas acho que ainda não estamos preparado para isto. maldita humanidade.

breve #10

Intimidade são mãos que se fundem, sem precisar de razões ou justificativas...

E. G.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Enquanto isso na redação...

Atchim!

Atchim!

Atchim!

- Tenho alergia a vocês. Sempre espirro mais aqui...

tec tec tec, fez a redação.

- Vou começar a usar uma bolha de plástico de proteção, que nem o Jimmy Bolha...

O chefe da menina olha para ela, meio curioso.

- Aí, como terei necessidades especiais, o jornal terá que se adaptar a elas e aparecerei na novela das oito como um exemplo de superação.

O chefe abaixa a cabeça, tentando lembrar do porquê de tê-la contratado. Agora parece tão irreal...

- E como você será revoltadinha vai ficar jogando papel, lápis, caneta na gente, não é mesmo? - ele disse

- Exatamente. E vocês não poderão fazer nada, pois serei PORTADORA DE NECESSIDADES ESPECIAIS. Além de que a bolha de plástico me protegerá... - ela fala sério, enquanto termina de fazer seus afazeres.

- De onde ela tira esse tipo de coisa? - o chefe pergunta à outra estagiária.

ATCHIM!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

mixtapes


I want to drive all night with you, listening to mix tapes, not caring where we end up... Let's ride anywhere and don't care... Just don't care...

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

breve #9

sinto que nunca vou senti-lo meu...

tudo o que é meu...

ando diferente. essa não sou eu. ei, você que se apossou do meu corpo, devolva-me. quero ele de volta sem essas babonices. nunca fui babona... não o serei agora. quero tudo de volta, os olhos castanhos esverdeados, a boca bicuda, as buchechas salientes, os dentinhos da frente. também quero que devolva a verruguinha nas costas e as covinhas do rosto. tudo isso empacotado, equilibrado, revisado. trate de ficar com estas aflições, isso não é meu, mas a sardas, sim, essas são minhas. tudo bem organizado, viu? nada fora do lugar. não esqueça da largatinha... essa mesma, a cicatriz no braço. mas, principalmente, devolva-me a confiança... ela faz falta.

breve #8

Nova Mensagem e o nome dele logo abaixo. meus olhos sorriem.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

breve #7

ás vezes o choro vem assim, acumulado, desesperado, soluçado. parece que abriram a torneirinha e tudo quer sair de uma vez só. calma, garotas, todas as dores terão sua vez...

Lembranças infantis

Era 2000. Eu ainda morava na Rua dos Ourives. Ourives que depois, no auge dos meus 11 anos, fui descobrir que eram os artesãos que mexiam com ouro. Aquilo foi uma grande descoberta para mim. Enfim, era a Rua dos Ourives, condominio Veneza. Morávamos no 14º andar. Uma altura razoável e dava para ver a Imigrantes ou a Anchieta, não me lembro muito bem. Também era perto do zoológico e do parque estadual. Eu morria de medo do parque porque foi lá que o maníaco do parque matou todas aquelas moças. Enfim, era a Rua dos Ourives, condominio Veneza, ano 2000. Eu, ainda com o uniforme do Visconde de Itaboraí, colégio onde fiz a quarta série. A camiseta era branca, com um grande V em vermelho. O shorts era cinza meio claro, com duas linhas ao lado: uma também vermelha e outra branca. Eu vivia com este uniforme, eu o adorava. Ele era tão diferente dos azuis convencionais. Enfim, eu estava em cima do sofá daquele apartamento minúsculo da Rua Ourives. Meu irmão, então com 17 anos, estava com um desodorante na mão. What I Got, do Sublime. Era isso o que cantávamos. As meias nos pés, outro desodorante na mão. Dividíamos os vocais. Éramos uma dupla muito boa: ele, garoto franzino, ombros ainda em formação, cabelo molhado e bagunçado, uma pinta de nascença no pescoço. Eu, cabelos loiros cacheados em uma muvuca total, barriguinha saliente e sem nenhuma malícia. Aquela sala era o nosso palco e a varanda, o nosso público. Cada verso, cada acorde era uma diversão a mais. O número musical era estupendo: tinha fogos de artifício, público gritando e todos os instrumentos em total harmonia. Era divertido imaginar tudo aquilo. E pensar que começara de forma tão boba, com o meu irmão fazendo alguma besteira para a irmã mais nova dar risada. Era assim. Apesar de ter convivido tão pouco tempo, aquele menino sempre fora o meu predileto. Todos os dias ele me levava e buscava na escolinha. Cada dia uma história diferente. Mas ás vezes ele sumia e um carro com luzes o trazia de volta. E a minha mãe... ah, a minha mãe gritava com ele, mas depois o abraçava. Um dia, porém, o carro com luzes veio sem ele e não o vi por pelo menos dois anos. Outro dia, então,ele foi me buscar na escola. Eu, de saia plissada, chorei quando o abracei. Mas daí foram mais três anos ausentes, mais quatro, por fim, foram oito anos. Quando ele voltou, encontrou a menina desgrenhada usando roupas pretas e maquiagem escura. De mãos dadas com um cara de 2 metros e passava noites fora. Eles não se conheciam mais. Mas se amavam, se amavam como irmãos que cresceram juntos e se cuidaram. Até que no dia, o mesmo que ela brincou que o carro que ele usara na noite anterior cheirava a sexo, ele não voltou mais. Ela não ouvia mais a risada dele e não via mais a manchinha no pescoço. Mas a Rua dos Ourives, o ano 2000 e What I Got do Sublime voltaram10 anos depois, quando eu estava indo para mais um dia de trabalho...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

breve #6

Ela acordou assustada, virou para a parede e começou a chorar. Entre os soluços, escutava uma voz rouca, porém branda, de quem acabou de despertar. O rapaz perguntava o que havia acontecido, enquanto a abraçava pelas costas. Com o rosto já molhado pelas lágrimas grossas ela só conseguiu sussurrar que tinha sido um sonho ruim. Deixa eu me acalmar... Ela odiava quando tinha pesadelos e esquecia que só estava sonhando, que nada daquilo era verdade. Enquanto isso ele afagava os seus cabelos revoltos e esperava a respiração da garota voltar ao normal. É, o cara que me tratava tão mal no sonho não pode ser o mesmo que me abraça agora... Ela fechou os olhos e beijou o braço dele enquanto sentia a última lagrima escorrer até o travesseiro.

devagar, divagando...

'Talvez seja isso'
Sentada no banco de praça, vendo os transeuntes passar, ela pensava. Simples assim. Ela pensava como nunca tinha deixado de pensar. A garota, dos tênis surrados e dos fones de ouvido, sempre considerara que este era o seu maior defeito. Pensava tanto que ela acabava esquecendo do porquê de estar pensando. De perder tempo por estar pensando ela sentia que o mundo acontecia sem ela. Por ficar divagando, devagar, ela percebia que poderia estar sentindo muito mais do que estava. Talvez se ela desamarrasse aquela cordinha que a prendia ao chão..... 'Oh, não... perigoso demais.' Autopreservação. Outro de seus problemas. De pensar e de se autopreservar ela não experimentou o gosto da terra quando criança, não comera caquinha de nariz, não pulara do trepa-trepa. E de pensar e de se autopreservar ela acredita que nunca voltará a se apaixonar. 'Posso me esconder agora?', ela perguntou, por fim. O que ela não sabia é que já estava se escondendo há muito tempo. Aquela pulga atrás da orelha, aquela desconfiança excessiva nunca a deixara brincar de viver.

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