O chão não lhe parecia tão confortável quanto antigamente. Sua nuca latejava em encontro com o carpete sujo e seu nariz coçava por causa do pó que subia, mas ela não ligava. Dividia os fones de ouvido do mp3 com uma amiga, uma boa amiga, que até pouco tempo lhe estava acariciando a cabeça e dizendo que tudo ficaria bem, que era só "o início da vida adulta". Ah, se aquele sufoco no peito, aquela nebulosa que lhe ocupava a mente era a entrada para a vida de gente grande, ela preferia viver em seu mundinho de gente pequena. Mas, naquele momento, com o sol entrando pela parede de vidro, ela não se importava. Se sentia consolada por aquela pessoa que conhecia há pouco, mas que já havia lhe dado mais apoio do que pessoas que passaram a vida toda com ela. A menina, então, só conseguiu virar o rosto pra expressão adormecida da amiga ao lado e sorrir. Um sorriso molhado, mas grato.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário