quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Eu e Jane Austen

Tenho uma relação um tanto engraçada com Jane Austen. Escrevo isso depois de assistir, pela quinta vez, a adaptação cinematográfica de Orgulho e Preonceito, livro que li, também, por cinco vezes. Eu o li, pela primeira vez, quando estava no Ensino Médio. Eu devorei toda a bibliografia da escritora, porém, o meu preferido continua sendo a história da família Bennet. Se você me perguntar sobre o enredo, direi que não é nada que você já não tenha visto em comédias românticas por aí. No entanto, esta obra tem três elementos cruciais que faz eu me apaixonar por ela e que decidi elencar aqui:

Keira Knightley como Elizabeth Bennet, no filme Orgulho e Preconceito (2005)


1 - Elizabeth Bennet
Apesar de viver no século XVII, a segunda filha da família Bennet não é nada desmiolada. Ela é inteligente, tem suas próprias opiniões, sabe que não é tão bonita quanto a sua irmã mais velha, Jane, mas, mesmo assim, é tão atraente quanto. E, diferentemente do que muitas mocinhas por aí, ela tem defeitos: é um tanto preconceituosa (no sentido de sempre acreditar apenas nas primeiras impressões) e só perdoa qualquer ofensa a muito custo. Só pelo fato de não ser perfeita, Lizzie ganhou de todas as heroínas.

2 - Os diálogos
Como era comum na época, as pessoas usavam palavras bastante polidas e construções mais elaboradas. Nem por isso, o sarcasmo e a ofensa ficava de lado. O mais legal de Orgulho e Preconceito é, a cada vez que você o lê, você descobre mais uma frase irônica ou ofensiva escondida por trás de palavras tão bonitas.

Carey Mulligan (à esquerda) e Jena Malone como Kitty e Lydia

3 - O ridículo
Você sente vergonha. Muita vergonha das irmãs mais novas de Elizabeth. Você quer trucidá-las, chacoalhá-las até elas perceberem o quão retardadas são. E, o melhor, se você realmente fizesse isso, elas nem ligariam, pois elas estão crentes que estão fazendo o que há de mais normal. Elas não estão nem aí para você. E isso te irrita o tempo todo. Uma curiosidade é que Carey Mulligan, atriz que ganhou destaque após ser indicada ao Oscar de melhor atriz por Educação, estreou no cinema como a Kitty, uma das irmãs desmioladas.

Eu poderia citar, também, o Mr. Darcy. No entanto, como alguns críticos dizem por aí, o personagem é um tanto plano em comparação com a protagonista, Elizabeth. Mas, se quiser saber, mais ou menos, como ele realmente é, tome como parâmetro o Mr. Darcy de O Diário de Bridget Jones, livro um tanto bobo que tem referências muito claras à história de Jane Austen. Outra obra mais recente que é inspirada em histórias da autora é As Patricinhas de Beverly Hills, filme baseado no livro Emma, de 1815.

2 comentários:

Khronos disse...

A coisa mais divertida de conversar com você e ter sua companhia para me contar sobre as coisas, é como você consegue despertar em mim aquela vontade de ler/ver/ouvir sobre determinado assunto.
Esse é um livro que eu passaria longe, já que você mesma salientou em letras garrafais.. É DE MENININHA. Mãs, se te agrada tanto e com tantos bons motivos, eu tenho de dar uma chance grande pra esse livro, ainda mais sendo um fã incondicional de sarcasmo e ironia :P

Me pergunto, cachudinha, por que críticos de cinema não são como você? Eu assistiria e leria mais se fossem assim. :)

Bruna Tavares disse...

Olá Natália, amei esse post! Sou apaixonada por Jane Austen. Orgulho e Preconceito é meu favorito.
Tenho um blog sobre ela, se quiser conhecer o link é:
http://descobrindojaneausten.blogspot.com
B-jus