Diálogo entre meu pai e minha mãe (que são separados) no dia em que pintavam a minha casa:
- Diva, você tem que vir aqui sempre para ver como a Natália está, se ela está comendo, se ela está bem.
- Eiras, pode ter certeza que a nossa filha é mais responsável que nós dois juntos. Afinal, não é ela quem está pintando uma casa estando tremendamente bêbados, como nós.
Esse vai ser um post menininha. Se você não quer saber de nada disso, vá direto ao link (mas já adianto que as músicas são meio menininha também).
A verdade é que tive alguns altos e baixos neste feriado. No friozinho, embaixo do edredom com o namorado, acabei exagerando na comida. Daí para se sentir gorda e feia foi um pulo. Teve aquele chororô, mas me recuperei. Pelo menos por enquanto hahahaha.
De qualquer forma, hoje, ouvindo a playlist do meu celular enquanto ia para faculdade, lembrei daquela sensação conhecida de se levar pela música. Quero dizer, mesmo eu não sendo musicista, a música sempre foi uma terapia para mim. Tanto que tem aquelas canções que, em certos momentos, só me trazem coisas boas e me fazem sentir renovada. Então, como eu sei que tem muita gente com chororôs diversos (namoro,trabalho, auto-estima, amigos), eu resolvi compartilhar a minha musicoterapia.
Mas, olha, já adianto que você tem que ouvir essa playlist livre de preconceitos. Se você é ROCK'N'ROLL ODEIO POP, então nem se dê o trabalho. Mas lamento por ti, porque são poucos os rockstars que tentam te botar para cima. Também não liguem por ter três canções na versão do Glee. É que são as que ouço e quis ser o mais fiel possível à playlist original.
Explicação:
Firework - Katy Perry Acho que não preciso explicar o porquê dessa abrir a lista, certo? A letra dela é pura auto-ajuda e mimimi feminino.
Princesa - Ludov Poucas músicas traduziram uma certa época de minha vida. Sempre tirei dessa música aquela ideia de que, se você está mal com algo exterior, então dê mais atenção a si mesma. Passe um tempo sozinha, vá ao cinema ou ao parque sem nenhuma companhia. Querendo ou não, essa é uma ótima terapia. Mas, por favor, EVITE ir a esses lugares aos domingos, quando eles estão cheios de casalzinhos.
Freedom 90' - George Michael Aqui você dá a louca. Arranque a roupa (se quiser), dance sozinha na sala. É aqui que começa o combo de músicas para se cantar gritando.
Express Yourself - Madonna Um pouco de Girl Power não faz mal a ninguém. Porque hoje em dia, com tanta mulher que adora falar que bebe cerveja e outras coisas "masculinas" só para impressionar os "caras", ser feliz com a própria feminilidade faz um bem.
Born This Way - Lady Gaga Como a Gaga diz "Don't be a drag, be a queen". Não importa COMO você nasceu, você também pode ser a rainha do baile. Claro que coloquei essa depois de Express Yourself porque, sabe como é, a semelhança é escancarada, mas FODA-SE, eu curto.
Wannabe - Spice Girls CHAMA AS AMIGAS, CHAMA O CACHORRO, abraça em alguém e grita IF WANNA BE MY LOVER.
Sing - My Chemical Romance (versão de Glee) Pega o lencinho, GRITE com o refrão, SINTA o refrão, se quiser, pode até fazer mãozinha de Mariah Carey. Você vai se sentir mais leve, confie em mim (eu faço sempre isso no ônibus).
Valerie - Amy Winehouse (versão de Glee) Outra para gritar o refrão. FAÇA-O, TÔ MANDANDO. E imitando cantora negona dos anos 50, de preferência.
Take on Me - A-ha Este é o ápice das músicas com refrão gritável. Por favor, faça bonito. E dance a música. Pire nessa batidinha anos 80, que eu sei que você gosta.
Big Girls (You're a beatiful) - Mika Nada como uma bicha louca libanesa dizendo que estes seus quilinhos a mais são um charme, né? Também acho, por isso essa é uma das minhas preferidas desta playlist.
Running Away - The Polyphonic Spree Se você gosta de Arcade Fire e Beirut, mas não conhece Polyphonic Spree, em que mundo você vive, ein? Enfim, abra os bracinhos e rode até cair tonta no chão ouvindo essa música.
Dog Days Are Over - The Florence + The Machine (versão de Glee) Música para você se acalmar, meditar um pouco. Agora é a hora de você pegar o seu kit de manicure e dar um jeito nas unhas, né? Se quiser arriscar, bata palmas ao ritmo da música (nunca consigo, sou torta demais para fazer ritmo em palmas).
Friday I'm in Love - The Cure Se você não está nem um pouco melhor agora, então eu desisto de ti. Friday I'm in Love é só para te preparar para o fim da playlist e para o mundo real. Mas, se quiser, pode dar repeat e começar tudo de novo. Música nunca é demais.
Toda vez que ouço Billie Jean, do MJ, imagino o seguinte diálogo:
- Porra, EMI DJEI, a Bili Din tá espalhando pa comunidade toda que cês tão juntos e que tu é pai do pirralho dela, o Reinaldinho. Tu sabe que o Mandiroba num deixa barato, heim. Ficae se metendo cos traficante.
- "Billie Jean is not my lover, she is just a girl who says I'm the one, and the kid is not my son"
Véspera de Ano Novo. Eu, ao lado de um carrinho abarrotado de salsichas e pães francês, espero a minha vez para passar as compras no caixa enquanto uma velhinha de 90 anos está fazendo o pagamento. A mesma velhinha comenta, olhando para mim, que fará rabanada para os netos. "Nunca comi rabanada", eu digo. "- Ah, mas a minha é muito boa. Mas tem que comer fria!" "- Ah, não. Pra mim, tudo tem que ser comido quente". Ela me encara, passa os olhos do anel de coração vermelho na minha mão esquerda para meu namorado, logo atrás de mim. "-Você é casada?" "-Não, senhora" "- Ah, porque eu ia dizer que até mesmo o marido tem que ser quente, né?" A idosa dá uma risada safada enquanto encara novamente o rapaz atrás de mim. Coisas que só acontecem comigo.
Tenho a teoria de que os nerds gostam de sofrer. Não estou falando daqueles que se dizem nerds, mas os nerds de verdade. Os estranhos, que vivem conectado, que dizem respeitar as mulheres, que baba nas personagens femininas de anime. Todos, sem exceção, já tiveram uma paixão platônica ou quase isso. Eles começam a gostar de uma menina que representa tudo o que eles sempre imaginaram em suas noites solitárias. Eles as vêem como se fosse a deusa eterna, a mulher que define o conceito de perfeição. No entanto, eles ficam perdendo tanto tempo ali, embasbacados, que a menina saca que o cara está a idealizando, começa a perder o interesse e já não faz questão de respeitá-lo. Aí já viu, né? A menina pisa, o cara baba. Já vi muitos amigos nessa situação, perdendo anos de suas vidas por causa de uma garota que, na real, é como todas as outras. O melhor é que, depois de um bom tempo, eles acabam conseguindo outros relacionamentos. Comuns, mas mais saudáveis. E o que acontece? O nerd fica entediado. Ele não quer "apenas" uma garota legal. Ele quer aquela personagem de anime ou aquela garota que se veste de tal jeito. Ou seja, ele quer é sofrer em paixões platônicas eternas.